segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

O uso de vitamina C e suas interações com medicamentos

         



          Hoje a procura por polivitamínicos e vitaminas isoladas nas farmácias têm sido muito procurada pela população. Seja o autoconsumo ou até mesmo uma indicação médica é preciso ter cuidado ao utilizar esses produtos. A mídia preconiza muito a importância da administração dessas vitaminas para um bom funcionamento fisiológico do organismo. Afinal, elas são utilizadas para tratar e prevenir doenças, bem como nas terapias de deficiências nutricionais do corpo humano. 
               Vale ressaltar contudo, que ele pode comprometer o efeito de vários medicamentos quando utilizados concomitantemente, bem como ser aliado em certos tratamentos para ajudar na absorção de certos fármacos. Vamos ver quais são as mais importantes interações:

  • Varfarina: em doses altas a vitamina C interfere na eficácia da varfarina
  • Indinavir: mesmo que a varfarina, em doses altas a vitamina C também compromete efeito de inibidores da protease.
  • Ciclosporina: a vitamina C reduz os níveis sanguíneos da Ciclosporina.
  • Barbitúricos, pirimidonas e salicilatos (ex. AAS): aumentam a excreção urinária de vitamina C.
  • Anticoncepcionais (etinilestradiol): a vitamina C aumenta níveis plasmáticos dessas pílulas.
  • Álcool/Dissulfiram: o uso crônico ou prolongado de vitamina C interfere nessa interação.
  • Ferro: uso de vitamina C aumenta a absorção de ferro. (Aqui servindo como auxiliar em tratamentos com suplementação férrica).
             Depois de visto as informações anteriores e sabendo a sua real importância para o organismo, não devemos descuidar da ideia de que ele pode ser um vilão prejudicial quando não orientado corretamente sobre seus efeitos na administração concomitante com outras substâncias.
Fico por aqui. Espero ter ajudado!! 

Lú.
 


           

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Antiácidos x Antibióticos



Olá,

   Estamos aqui hoje para relatar uma interação medicamentosa muito importante quando estamos falando na utilização de antibióticos. 
   Sabemos que grande parte das pessoas que fazem uso desses medicamentos sentem mal estar gástrico. São sensações de enjoo, azia e queimação. No primeiro momento os pacientes vão correndo à procura de algo que alivie sua indisposição, e o socorro a primeira vista são os antiácidos.
   Contudo, é importante salientar que essa associação DIMINUI e muito, a absorção do antibiótico, chegando numa taxa de até 70%. Isso reflete numa diminuição do efeito terapêutico do mesmo, podendo levar à uma resistência microbiana e um agravo da infecção. 
   Para poder amenizar os sintomas gástricos, o aconselhamento é tomar em média o antiácido no mínimo duas horas após a administração do antibiótico, já que a principal interação de ambos está no processo da absorção. Esse espaço de horas, garante que o antibiótico já tenha sido absorvido na sua taxa ideal.
   Então finalizaremos aqui, mostrando os principais antibióticos e antiácidos mais prescritos e vendidos atualmente:

  • Antibióticos (Nomes Genéricos): Amoxicilina, Cefalexina, Azitromicina, Tetraciclina, Levofloxacino, Norfloxacino...
  • Antiácidos (Nomes comerciais): Gastrol, Mylanta Plus, Gelmax, Pepsamar, Magnésia Bisurada, Peptozil, Gastrobion...
 Ficamos por aqui, fazendo lembrar que os antiácidos podem interferir no efeito de vários outros medicamentos além da classe dos antibióticos. Por isso, consulte sempre seu médico ou um farmacêutico para melhor orientá-lo. 

  Um abraço, 
  Lú.




quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Antidepressivos Inibidores da MAO X Alimentos com tiramina







Olá pessoal!

O assunto abordado hoje trata-se de uma interação medicamento-alimento.
Como sabemos, nas interações medicamentosas o uso concomitante de alimento com medicamento pode ser benéfico para o efeito de um fármaco, como também pode acarretar em um série de reações e complicações no organismo do paciente.
Foi escolhido comentar aqui nesse texto, uma substância encontrada em alimentos que faz um estrago enorme quando é utilizado numa classe específica de antidepressivos.
Atualmente, a indústria farmacêutica investe alto na produção dessa linha de medicamentos, e cada vez mais novos fármacos são lançados para a patologia da depressão. O Brasil, como é de se esperar está na liderança mundial em uso de antidepressivos. É de se preocupar né?
Assim uma das classes que habitualmente é muito prescrita para pacientes que apresentam sintomas de depressão, são os antidepressivos inibidores da monoaminooxidase. Estes apresentam uma interação terrível com uma substância presente em quase todos os alimentos, inclusive em quantidades maiores em queijos (e derivados) e vinhos.
Essa substância é a TIRAMINA. A palavra tiramina vem do grego tyros=queijo e amina é um radical químico derivado da amônia. Assim, tiramina= amina do queijo, e tem esse nome porque foi nesse alimento que ele foi isolado pela primeira vez.
As aminas são substâncias químicas que contribuem para o funcionamento do cérebro e dos vasos sanguíneos, podendo também estar relacionado no mecanismo da enxaqueca.
A associação de ambos, (tiramina e antidepressivos inibidores da MAO), AUMENTA muito rapidamente a PRESSÃO ARTERIAL ,podendo até mesmo levar a morte, além de crises fortes de ENXAQUECA, que deixa o paciente muito debilitado para suas funções habituais.
A seguir, segue os principais alimentos contra-indicados quando se utiliza essa classe de antidepressivos, bem como a composição desses fármacos, com seus respectivos nomes comerciais.
Faz uso de algum desses medicamentos? Então atente-se para o que temos para mostrar:

Alimentos contendo Tiramina:

  • Queijos, natas, iogurtes;
  • Vinhos
  • Chocolates
  • Carnes em conserva, salsichas;
  • Bebidas alcóolicas;
  • Lentilhas, amendoins, e sementes
  • Cafeína, ginseng 
  • Produtos fermentados e frutas cítricas.
Medicamentos Antidepressivos IMAO:
  • TRANILCIPROMINA - Nomes comerciais: Parnate, Stelapar
  • MOCLOBEMIDA        - Nomes comerciais: Aurorix
  • SELEGILINA               - Nomes comerciais: Elepril, Jumexil
Bom, terminamos aqui com mais um dica de interação medicamentosa. Vale lembrar que essa é uma interação do tipo fármaco-alimento, e que esses antidepressivos interagem com muitos outros medicamentos. Não pode-se esquecer deste detalhe!
Uma solução dessa interação que conversamos hoje é fazer uma adaptação alimentar e se realmente for muito difícil para o paciente deixar de consumir os alimentos que foi citado, a substituição por outra classe de medicamento pode ser saída.

Um abraço, 
Lú.

Omeprazol e suas interações.




   Hoje um dos medicamentos mais vendidos e procurados nos balcões das farmácias é considerado também um dos maiores vilões se tratando de interações com outros medicamentos.
   O omeprazol que é um antagonista H2, atua inibindo permanentemente a atividade de uma enzima específica nas células parietais do estômago e responsáveis por uma das etapas finais no mecanismo de produção do ácido gástrico controlando assim sua secreção.

   É interessante saber que o uso contínuo do omeprazol acarreta numa redução da acidez estomacal podendo interferir na digestão de alimentos e na absorção, distribuição, metabolização e na absorção de outros medicamentos utilizados concomitantemente. Algumas considerações nesse uso contínuo deve ser destacadas:

  • Diminui a absorção da vitamina B12 em idosos e em pacientes com Síndrome de Zollinger-Ellison;
  • Aumenta o risco de osteoporose/osteopenia e fraturas ósseas no quadril, punho e coluna vertebral, com uso de mais de 5 anos, devido alteração a absorção de cálcio.
  • Reduz o magnésio sanguíneo após 1 ano de uso, podendo ocasionar espasmos musculares, convulsões e arritmias cardíacas. Por isso vale ter cautela aqui quando se utiliza digoxina e diuréticos.
   Principais alterações! Preste atenção:

  • Inibe o metabolismo de fármacos que dependem do citocromo P-450 monoxigenase hepática, precisando adequar as doses desses fármacos;
  • Anticoagulantes, cumarina ou derivados de indandiona;
  • Diazepam, fenitoína e varfarina;
  • Benzodiazepínicos, ciclosporinas ou dissulfiram;
  • Depressores da medula óssea;
  • Antibiótico claritromicina.
   Observando essas interações e suas interferências na absorção de vitaminas e oligoelementos, é de se considerar que a autoadministração do omeprazol pode não ser benéfica para o paciente. O uso deve ser consciente sendo unicamente indicado pelo médico deve ser respeitado. 
   O omeprazol não deve ser indicado para azias e desconfortos momentâneos, sendo nesses casos preferível que se faça o uso de antiácidos efervescentes.

Espero ter colaborado!Até a próxima publicação.
Abraços, 
Lú.



terça-feira, 10 de novembro de 2015


Olá...

Que alegria imensa em fazer este blog.
Depois de tantos amigos e familiares me pedirem para a criação do mesmo, aqui estamos.
Vamos abordar nesse blog um assunto de imensa importância e de tão grande desconhecimento entre pacientes (usuários de medicamentos), e profissionais da área da saúde.
Serão abordados diariamente aqui conceitos diversos dessa área tão complexa, bem como os principais tipos de interações medicamentosas, que vão desde interações medicamentos-medicamentos, medicamentos-alimentos e medicamentos-fitoterápicos.
É sabido que uma interação medicamentosa pode exacerbar ou minimizar os efeitos dos medicamentos envolvidos, comprometendo fisiologicamente e fisicamente a saúde do paciente. Muitas dessas interações são potencialmente grave podendo levar o paciente até a morte. E muitas vezes o diagnóstico da piora do paciente não é percebida pelos profissionais da saúde, por não terem o conhecimento suficiente dos fatores que levaram à sua piora.
É então, com grande satisfação que estaremos aqui, alertando, ensinando e tirando dúvidas.

Abraços à todos.
Lú.

'Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.'
(Leonardo da Vinci)